``Cumprindo determinação da Justiça Eleitoral de Macapá, a S/A O
Estado de S.Paulo retirou do ar o post do blog do jornalista João Bosco
Rabello, intitulado "Um prefeito sob controle judicial". A empresa foi
notificada nesta quarta, 19. No post, o jornalista, Diretor da sucursal
do Estado em Brasília, informava que o atual prefeito da capital do
Amapá, Roberto Goes (PDT), faz campanha com liberdade de movimentos
restrita por acordo judicial: não pode ir a locais públicos a partir de
determinados horários e nem se ausentar do Estado sem autorização
judicial.
A circunstância do prefeito tem origem na sua prisão durante
operação da Polícia Federal, em 2010, que desbaratou uma quadrilha
instalada na estrutura do Estado do Amapá. A matéria não faz juízo de
valor sobre o político e nem entra no mérito de sua situação judicial.
Apenas a relata.
O juiz eleitoral auxiliar da propaganda eleitoral, Adão Joel Gomes
de Carvalho, porém, acatou pedido de censura ao post feito pela
advogada Gláucia Oliveira, cuja argumentação se baseia no inusitado
princípio de que a notícia jornalística tem que ser necessariamente
"contemporânea". A advogada, com esse argumento, considerou que a
memória do caso que originou a restrição ao prefeito foi uma iniciativa
ofensiva do jornalista e com claro objetivo de causar prejuízo
eleitoral ao candidato à reeleição, Roberto Goes.
Ipsis literis, o trecho da petição da advogada aceito pelo juiz:
"...Assim trazendo os fatos à memória do eleitor, principalmente
nesse período eleitoral, não tem outro objetivo de sujar a figura e
reputação do representante perante o eleitorado. É o que chama de culto
à imagem negativa, que é repelido pela Justiça Eleitoral.
O direito de informar pressupõe a divulgação de matérias
contemporâneas, para levar à apreciação da população situação que devem
(sic) ser de conhecimento público, e por algum motivo não foram
informados (sic)".
A S/A O Estado de S.Paulo já recorreu da decisão´´.
Em cima dessa matéria tenho certeza que todos os cidadãos se perguntam que tipo de liberdade de expressão é essa que ouvimos falar?
Logicamente, já demos um grande passo em relação a época da ditadura, no qual nenhuma informação era dada sem o consentimento do estado, mas é importante esse questionamento. Nos perguntarmos, calcados nessa reportagem e em tanto outros casos ,se vivemos em uma época no qual podemos falar ou escrever tudo aquilo que quisermos.
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